top of page

Leitora Beta Responde


Leitora beta responde

Tenho sido questionada, e visto em vários livros, alguns erros que não são aceitáveis para autores que tem alguma pretensão de seriedade e que desejam publicar sua obra. Esta coluna vai focar em tópicos simples, mas que são comuns e imperdoáveis em um texto.

  1. O Verbo Haver

Este verbo, que pode ser substituído por “faz”, como em “faz dez anos”, é comumente usado de forma inadequada. Quando se escreve “há” existe aí uma conotação verbal, ou seja, uma ação, uma conjugação que expressa tempo; exemplo: “há dez anos estão casados”, ou ainda, “estou aqui há dez minutos”. Em ambos os casos é possível trocar o “há” por “fazer” ou uma conjugação deste; “faz dez anos que estão casados” e “estou aqui faz dez minutos”. Portanto, trocar “Há” por “À” é imperdoável. O primeiro tem conotação verbal, o segundo é um conectivo com uso de crase. Peçam ajuda aos seus revisores sempre que possível sobre este assunto! Por fim, se existe referência sobre TEMPO usa-se “há”.

  1. Pesquisa Geo-Histórica.

Creio ser senso comum que americanos não terão desejos por cajá, jaca ou caju, visto que estas frutas não são exatamente conhecidas por seu florescimento acima da Linha do Equador. Também há de se lembrar que coxinha, pão de queijo, brigadeiro, pé de moleque, dentre outros, são iguarias brasileiras, portanto, não vão aparecer em festas na Europa. O que eu quero dizer com isso é que se você está escrevendo uma obra em território estrangeiro, não projete a cultura, a culinária ou os modos e expressões usuais do Brasil em outro povo. Separe tempo para sentar e fazer pesquisa com profundidade. Veja filmes, documentários, leia autores nativos, ouça música, converse com alguém...enfim! O Brasil é grande, mas ainda continua não sendo uma hegemonia mundial, portanto, não invente moda...literalmente.

  1. Gerundismo (Linguagem de Telemarketing)

Não tem necessidade nenhuma de estar fazendo o uso de gerúndio (sufixo endo) para que se possa estar realizando o acabamento final do livro que estará se realizando no final do seu processo criativo.

Entenderam, por esse parágrafo, como essa forma de escrita é chata, feia, cansativa e desnecessária é essa linguagem? É a Peste Negra dos livros atuais, especialmente entre autores mais jovens. Recomendo inclusive ver vídeos do Prof. Pasquale sobre o assunto. Enfim, não esteja fazendo o uso do gerundismo para estar realizando sua escrita, ok?

  1. Título

Clichê: “Molde ou vulgaridade que a cada passo se repete com as mesmas palavras.” (Dicionário Aurélio Online)
O título funciona como a marca do seu livro, é o primeiro contato que o leitor tem com a obra, portanto, é o que vai despertar o desejo de ler e conhecer o livro. Dessa forma, evitar os clichês é mais que estética, é sobrevivência literária.
“Lendas de uma Paixão”, “O Fogo do Desejo”, “Uma Estrela que Cai”, “Um Amor Intenso”, “Um Vagabundo em Minha Vida”, “O Arder da Paixão”, entre outros, são apenas alguns exemplos de tipos de títulos que estão se espalhando rapidamente, e por consequência, tornam os livros objetos sem alma e sem “sal” à primeira vista. Exerça sua criatividade, busque no seu livro algo que realmente o identifique, algo que o torne diferente da preguiça e da mediocridade que assolam o mercado literário.

Mesmo sendo um autor de prosa (romancista), busque o poeta dentro de você e use sensibilidade, criatividade e inteligência. Uma dica final seria: seu vocabulário só melhora com leitura, então leia!

  1. Final

Já abordei o assunto na coluna anterior, então serei objetiva. Se você é uma pessoa que se perde na escrita, no enredo, que não sabe o que vai escrever antes de sentar para escrever, defina o seu final com antecedência, e escreva a partir dele. Defina seu início e seu fim, desta forma, você terá limites que te obrigarão a se manter dentro da história planejada, sem desvios desnecessários. Isso ajudará a evitar finais decepcionantes, clichês ou simplesmente arrastados e sem nenhum gosto.

  1. Personagens

Pensem em seus personagens como pessoas. Elas existem, tem forma, voz, alma, peso, cheiro, personalidade, defeitos, qualidades e curiosidades. Dizem os teólogos que a nossa alma é o Sopro Divino, então, seja Deus para seus personagens e sopre vida neles. Não os torne apenas ferramentas narrativas, deixe que eles voem e sejam eles mesmos. Explore suas qualidades e defeitos, seja o protagonista, antagonista ou os personagens secundários. Ninguém é bom ou mau completamente, portanto, não crie pessoas rasas e irreais; mocinhos que nunca erram, vilões que não tem um ponto de simpatia; personagens secundários que podem viver ou morrer e não fará diferença, enfim. Evite isso. Faça como Deus, crie algo belo, único e cheio de vida.


POSTAGENS EM DESTAQUE
POSTAGENS RECENTES
CATEGORIAS
Procurar por tags
Nenhum tag.
Siga
  • Facebook Basic Square
  • Twitter Basic Square
  • Google+ Basic Square
bottom of page