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Complexo da pombinha branca.

Nome: Lia Cordeiro Idade: 29 anos Cidade: São Paulo Autora do gênero: romances/dramas inspirados na realidade.


COMPLEXO DA POMBINHA BRANCA


Fui apenas eu ou alguém mais achava super-romântica a música da "Pombinha Branca?"


Pombinha branca que estás fazendo? Lavando roupa pro casamento. Vou me lavar, vou me secar, vou na janela pra namorar. Passou um homem de terno branco, chapéu de lado, meu namorado, mandei entrar, mandei sentar, cuspiu no chão...


Mas, em seguida a risada começava:


... Limpa aí seu porcalhão, tenha mais educação!


Assim seguiam os meus dias. Depois de suspirar e muito gargalhar, com mesma intensidade eu começava a chorar. Me doía lembrar dos olhos tristes da minha mãe quando me deixava na escolinha, que era o lugar em que cantávamos tal musiquinha... E como não chorar? Eu passei mais de quatro anos da minha existência tendo a atenção da mamãe por vinte e quatro horas, agora, tínhamos que nos separar por pelo menos quatro, nos restando apenas vinte!


Então eu pegava no sono.

No atual momento estou com vinte e nove anos e os muitos pensamentos divergentes não deixaram de me abarcar.

Como muitos, eu passei por problemas de socialização na escola e mesmo na faculdade. Me sentia deslocada por não ter tantas histórias de vida para contar, que não inventadas pela minha própria cabeça. Aquela em que eu era a pombinha branca à espera na janela pelo namorado para o casamento.


Com doze anos passei a ler com mais fervor e separava meu tempo para poder assistir "Castelo Rá Tim Bum" e "As histórias do velho urso" Com doze anos passei a ler com mais fervor e separava meu tempo para poder assistir "Castelo Rá Tim Bum" e "As histórias do velho urso". Cada capítulo uma história, cada história uma vida, cada vida um sentimento, cada sentimento me comovia e me envolvia, até que acabava e eu me entristecia.


Lotada de ideias, que tentavam tomar posse de mim e me deixar cada vez mais reclusa, sem direito a vida, comecei a escrever em um diário... Busquei por música e passei a gostar de poesias... Conheci as "redes sociais" e, de forma "quase anônima" comecei a escrever e viver outras vidas. Percebi que, ao escrever, eu colocava um pouco de mim e que, assim que terminava tal feito, não era o buraco de solidão que me aparecia. Antes, era um vazio que me acontecia toda a vez que um episódio do "Pequeno Urso" acabava ou as fábulas dos "irmãos Grimm", ou ainda, da saga juvenil mais cativante do mundo – Os Karas do meu pai-escritor Pedro Bandeira. Escrever e finalizar um texto me preenchia e, aos poucos, foi tapando cada buraco que os meus pensamentos cavavam, assim, passei a controla-los e não o contrário.


Escrever me fez perceber que ser a pombinha branca era bom sim, mas não ser àquela da música, a que fica presa a uma janela esperando por alguém... Escrever me permitiu ser uma pombinha que voa, que corre, que ri, que chora, que se sente feliz por amar essa liberdade que só esse ato conseguiu me permitir.

Não deixem que suas ideias te consumam. Passem a consumi-las!

Pombinha branca que estás fazendo? – Agora, não. Estou ocupada indo atrás dos meus sonhos!


📌📌📌📌📌📌📌📌📌📌📌📌📌📌📌


FIM DO RELATO #2


Se identificou? 😔❤️

O que diria para a autora?

Quer compartilhar conosco sua história? Envie um e-mail para lionportrasdoslivros@gmail.com

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