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Como me tornei escritora.

Como me tornei escritora.


Nunca é fácil falar a respeito de nós mesmos, ainda mais quando se trata de dores que tolheram nossos sonhos e nos desviaram de nosso real destino... Mas vamos lá!


Sou Marli D.H.F. tenho hoje 47 anos sou de São Paulo e voltei a escrever há apenas dois anos, isso por que a vida achou que eu tinha algumas coisas a aprender antes que meus sonhos se tornassem algo palpável.


Sempre amei escrever, me destacava por minhas redações bem trabalhadas e isso graças a minha mãe que sempre foi apaixonada por livros e incentivou a leitura desde muito cedo. Aos quatorze anos, comecei a levar isso mais a sério e criar histórias, que hoje sei que são fanfics, mas naquela época eram apenas histórias de ídolos, isso no colégio, onde elas começaram a virar febre entre os alunos, que pegavam os cadernos onde elas eram escritas e iam revezando a leitura e pedindo mais e mais... Mas nessa mesma época descobrimos que minha mãe, com apenas quarenta e seis anos de idade estava com câncer. Nessa época estava cursando o segundo ano do magistério e foi aí que a vida resolveu me ensinar algumas lições. Entre estágios, colégio e minha mãe muito doente, não pude mais escrever, não encontrava tempo hábil para isso e o sonho foi posto de lado. Era eu quem cuidava dela durante o dia e a noite... Não me arrependo em hipótese alguma, faria tudo novamente. Hoje vejo que foi por ela que descobri meu verdadeiro caminho!


Ela partiu depois de três anos de sofrimento, eu para fugir de meu pai, pois não era nada fácil conviver com um homem que durante a doença de minha mãe havia arrumado uma amante que ligava e dizia que enquanto minha mãe morria aos poucos em uma cama meu pai se divertia com ela e depois da morte de minha mãe, ele achou que eu tinha que engolir aquela mulher na minha vida... Não consegui. Então me casei, tive dois filhos e quando a caçula estava com apenas um ano, fui trocada por outra mulher. Fiquei sozinha, com dois filhos pequenos, um de quatro anos e a pequena de um com a casa destruída, sem um centavo, pois não trabalhava na época para cuidar das crianças, ele não ajudava com nem um centavo e alguns dias o que eu oferecia a meus filhos era uma panqueca feita com farinha, água e açúcar, visitar as crianças? Uma vez a cada mês, levá-los para passear? Uma vez por ano! Emagreci quarenta quilos, tentei suicídio que foi impedido por minha irmã... Naquele dia, ajoelhei no chão quebrado da cozinha e entre lágrimas e súplicas pedi a Deus uma luz e ela veio... Comecei a fazer salgados e bolos para festa com a ajuda financeira de meu tio e minha irmã. Abri uma bomboniere e trabalhava dia e noite sem parar... A escrita? Sem a menor possibilidade! Não havia como! Apenas o desejo e algumas palavras escritas de vez em quando em folhas soltas.


Voltei a dar aulas, continuei com a bomboniere, reformei minha casa e algum tempo depois conheci meu atual marido... Engravidei de minha caçula, que hoje tem dezesseis anos e mais uma vez, meu sonho ficou adormecido... Foram dezoito anos de uma vida difícil, muitas dificuldades, muita luta. Viver a dois não é tarefa fácil, muitas vezes precisamos abrir mão de nossos sonhos para que a vida flua!

Hoje, com a experiência de vida que tenho, sei que as coisas acontecem como devem acontecer, tudo tem a sua hora. Mas a grande verdade é que essa tão esperada hora muitas vezes demora a chegar e se não prestarmos atenção ela passa e aquele sonho, aquele desejo que faz parte de seu verdadeiro eu, passa com ele...

Há dois anos, depois de perceber o quanto minha filha amava ler, sentei em frente ao meu PC, muito velho, por sinal e comecei a digitar, quando percebi havia escrito em uma tarde cerca de seis mil palavras do que seria a minha primeira história depois de mais de trinta anos. Chamei minha filha e meu marido para olharem, ela adorou e meu marido me incentivou a continuar. Concluí a história e enviei para algumas amigas lerem, elas adoraram e foi assim que redescobri meu caminho... Poderia passar horas dando detalhes de toda a minha história, mas acabaria virando um livro.

O que eu tenho a dizer hoje para quem se interessar em ler este relato? Siga os sinais, preste atenção para não perder o momento de seu encontro com sua real vocação, seu destino...


Não permita que os outros digam que você não é capaz, ouvi isso muitas vezes, sentia o sarcasmo das pessoas, a ironia, aquele tom debochado que te permite saber exatamente o que vai à cabeça do outro, mas como já disse o caminho que tive que trilhar até este momento, me ensinou a ser forte, dona de minhas ações, pensamentos e principalmente de minhas vontades. Diversidades existem a todo o momento, mas aprendi a lidar bem com elas e como costumo dizer sempre, essa inclusive é uma frase que fiz questão de colocar em meu primeiro livro, você pode mudar o seu caminho, mas jamais o seu destino!

Espero que ajude a quem precisa encontrar forças para nunca desistir! A vida é preciosa e cada um de nós tem dentro de si uma caixa de surpresas. As coisas acontecem exatamente quando tem que acontecer, o grande segredo é ter paciência, humildade e jamais desistir diante de uma dificuldade... Dificuldades são aprendizados valiosos.


Beijos, paz e muita luz é o que desejo a todos e mais uma vez:


"VOCÊ PODE MUDAR O SEU CAMINHO, MAS JAMAIS O SEU DESTINO"

Marli D.H.F.

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