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"Noite de Sangria"




Era uma noite densa quando acordei aos prantos ao ouvir vozes e gritos.

Sinto tudo em mim tremer, minha pressão cai e fico zonza. Tento me acalmar um pouco antes de ver o que era.

Quando desci, me arrependi. Não acreditava no que estava vendo: homens, mulheres e crianças correndo para lá e para cá, vultos pretos passavam em uma velocidade atrás dessas pessoas.

Não sabia o que fazer, e ainda por cima minhas pernas ficaram mais moles quando vi uma criatura horrenda e enorme, de aproximadamente dois metros e meio, pegando fogo, engolindo as pessoas que ele encontrasse em sua frente.

Cubro minha boca, pois sei que cada vez que grito coisas estranhas acontecem.

Fico analisando esses vultos e pude perceber que era na verdade um Nogitsune e cavaleiros do sono.

Não sabia para onde correr, isso se minhas pernas se movessem.

- O que vou fazer? Corro ou não corro? - Murmuro para mim mesma.

Eu realmente não sei o que fazer. Passar pela porta não passa de idiotice, mas ficar aqui dentro também não é muito inteligente. Não tenho sótão para me esconder e sei que não adiantaria. Só sei que nada sei, como diria Sócrates.

Agarro uma faca e checo as portas e janelas. Estão todas trancadas. Saio de perto delas. Fico bem no meio da sala de estar, deitada. Achava que se me mantivesse ali, estaria a salto. Acreditava fielmente nisso até ouvir o som de uma janela se partindo. E um rosnado.

Aquela criatura está diante de mim e avança, cada vez mais perto. O medo começa a tomar conta, não sei o que pode acontecer, estou sem muitas opções.

Não sei como aconteceu, mas quando percebi, ele já estava em cima de mim. Tentando afastá-lo, empurrar ele para longe de mim, mas é inútil.

Pego a faca caída ao meu lado e, com um movimento rápido, enterro a faca em seu coração.

O sangue do ser monstruoso agora escorre em mim, gota por gota.

No começo à sensação é estranha, nojenta, até o sangue cair pelo canto da minha boca. Não sei dizer ao certo, mas agora me sinto faminta. Tenho sede de sangue e de medo, e já não sou dona das minhas próprias vontades.

Jogo aquele corpo inerte ao lado com uma força além do normal e começo a farejar. Sinto o cheiro de medo e uma mistura de sangue pulsando nas veias de alguém, que até o momento não sei quem é.

Estou sedenta...

Saio na rua e começo a sentir o medo de uma pessoa em especial, esse medo estava forte que podia até sentir o gosto da carne, o frio de medo e o sangue quente.

Fui farejando até chegar em uma casa bonita, tento entrar, mas não consigo, esta casa contém magia de sangue. Mas como toda magia tem seu ponto franco, notei que esta não é diferente. Não precisei pensar muito, só pousei minha mão na maçaneta e a porta se abriu.

Ainda sinto a fragrância deliciosa do sangue, está mais forte.

Seguindo o cheiro, fui levada a uma porta grande de madeira.

Pondero se devo ou não entrar, mas ouço um barulho alto que me tira dos meus devaneios.

O barulho foi ensurdecedor. Cubro meus ouvidos e tento me aproximar da fonte desse tormento. Um garoto com pouco mais de um metro e meio me encara, dizendo palavras estranhas e cada vez mais alto. O barulho foi ficando cada vez mais insuportável. Minhas pernas estremeceram.

Sinto o medo pulsar das veias do garoto.

Não pude mais aguentar. Sei o que pode acontecer, mas não me importo.

Um grito saiu da minha boca, percorrendo o bairro inteiro. Carros ativaram o alarme, algumas ruas se racharam e, bem, o garoto tem agora a metade de uma cabeça e onde existia pulso ali já era.

Quem poderia imaginar que a carne humana tem um gosto tão delicioso? E o sangue... por Deus... é a melhor coisa que já provei na vida.

Eu preciso de mais.

Muito mais!

A casa parece vazia, mas o cheiro que inunda minhas narinas não deixa dúvidas. Tem alguém no armário do corredor. É tão delicioso, o cheiro doce e intenso me faz andar calmamente até chegar à porta.

Respirei três vezes o aroma. São duas meninas. Eu sei, mas como? Como sei disso?

Minhas mãos abriram as portas e duas garotas estavam abraçadas em meio às roupas. Elas choravam, mas não gritavam. Passei os dedos pelo cabelo macio de uma delas e pude ver seu pescoço. Sua veia está saltada. Eu quero isso.

A pequena levantou a cabeça lentamente, os cabelos escuros caíram para trás e as lágrimas silenciosas escorregam pelo seu rosto. Medo brilha em seus grandes olhos redondos e a criança abraça a outra, protegendo-a, enquanto me olhava.

Eu devia me sentir culpada, mas o cheiro que exalava dela não deixava espaço para culpa ou arrependimento. Segurei-a pelo pescoço, onde o sangue pulsava muito rápido e me aproximei dela.

Uma dor escruciante me atravessou enquanto algo pequeno e frio atravessa meu peito e algo quente e pegajoso escorria lentamente pelo meu corpo.

Eu deveria gritar, mas não gritei.

Eu deveria ter morrido, mas não morri.

Ao invés disso, eu sorri. A dor é prazerosa, afinal de contas. Girei o rosto, a pessoa que me feriu estremeceu. A criança perdeu a pulsação e eu sorri mais ainda.

Parece que vou ter mais para comer, agora.

Agora tenho mais uma refeição. Uma linda moça de aproximadamente 16 anos me encarava surpresa, petrificada e, melhor ainda, com muito medo. Sua pulsação acelerada só me deixa mais sedenta por sua carne e sangue.

Larguei a pequena criança já morta como se fosse um saco de lixo e aprofundei meu olhar na mocinha à minha frente. Seu medo é notório e deixa tudo mais emocionante para mim.

Eu a hipnotizei sem saber que posso fazer isso. Ela jogou seus longos cabelos negros para trás, deixando à mostra seu lindo pescoço de onde eu sentia seu cheiro como um perfume inebriante. Surpreendendo até mesmo a mim mesma, eu não a mordi.

Minha mão direita foi diretamente ao encontro de seu peito. Há uma força fora do normal em mim. Arranquei seu coração. Tendo ele em mãos, olhei em seus olhos enquanto comia seu sangrento e saboroso coração, uma lágrima solitária caiu de sua face. Ops... Morreu...

Agora ainda tinha a pequena. Seria meu lanchinho antes de dormir, eu acho...

Ou seria só um aperitivo?

Com certeza essa fome que sinto não sumiria com apenas uma criança. Não, não. Mas dá para começar a brincar, afinal, tem a outra, esperando por mim.

Ao modo que vou avançando para perto dela, ela vai dando passos para trás, o que deixa o jogo muito mais interessante.

Ela sai correndo por entre os corredores, eu vou atrás dela, sentindo o cheiro de seu medo, doce aroma para meu olfato.

Aos poucos, vou perdendo a paciência com aquela menina. Sigo-a até uma cozinha. Ela está tentando abrir uma porta, pego uma faca, que está em cima de um dos balcões, e chego mais perto dela.

Ao modo que vou me aproximando, ela se encolhe no chão.

_Game over._

Pego sua mão direita, e ergo até acima de sua cabeça, e ali cravo a faca. Ela grita à medida que o sangue se espalha.

Viro seu pescoço e o rasgo, bebendo seu sangue enquanto ela morre aos poucos. Nunca pensei que matar podia ser tão prazeroso e divertido. Mas é, e eu não consigo parar.


⚠ Créditos

Esse conto teve a colaboração dos Escritores:

- Guilherme KillianGui - Gaby GabiZemp - Natasha NatashaRangelNery - Amanda - Julli SraWayne

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Com carinho e muito sangue 😈

Wattpad Brasil - Divulgação de Livros


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