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"Depois da Queda" - Brenno_Nascimento

Resenha: Depois da Queda Autor: Brenno_Nascimento



De início somos apresentados a Noah e a seu mundo desértico. Seu apartamento decadente, seu prédio vazio, seu manto preto esfarrapado e seu bairro em Chicago com enormes prédios danificados. (Essa ambientação me lembrou muito a série Divergente).

O protagonista já está acostumado com essa ambientação destruída que seu bairro tem, pois para ele já é natural. Também costuma encontrar muitos cartazes, porém não consegue decifrá-los, visto que não sabe ler. É perceptível que o personagem nunca conheceu nenhum outro humano, sendo assim não desenvolveu o senso comum. Um exemplo disso é quando ele acha que os carros fazem parte da natureza.

Algo muito interessante é o medo da escuridão que o personagem sente. É compreensível, mesmo ele sendo um adulto, não teve instrução. Na cidade abandonada que vive, a única iluminação imagino que seja a luz solar e, quando esta não se faz presente, não enxergar nada, não vê as cores, sempre sozinho, deve ser realmente perturbador.

A narração da história é feita em terceira pessoa, mas o autor nos oferece tantos detalhes que parece que estamos na cabeça de Noah. Algo muito interessante também é a forma de narrar, pois ora se refere ao personagem pelo seu nome e ora por "o homem". Esse simples fato pode passar até mesmo desapercebido para muitos, contudo, para mim, tem um valor. Entendo como uma ambientação para o personagem. Ora tendo uma certa intimidade por parte do narrador que o reconhece pelo seu nome "Noah" e ora como se ele fosse uma pessoa distante "O homem", que poderia ser substituído por "O ser", demonstrando assim que aquele ser, aquele homem é distante da nossa natureza. Pois ele está em um mundo totalmente diferente, isolado, talvez não conservado pelo passar dos anos.

Achei legal o recurso da repetição, se referindo ao apartamento de Noah no decorrer dos capítulos.

Isolado nessa Chicago corrompida, é engraçado ver Noah aprender algumas coisas ou não entender o sentido de outras. Por exemplo: entender que o peixinho não age naturalmente fora da água, ou por objetos no chão, não entendendo que a função da mesa é servir de apoio para os objetos.

A relação de Noah com seu único amigo - o peixe - é muito legal. A preocupação, mesmo que não saiba cuidar do bichinho. No decorrer da história a gente fica muito intrigado para saber o que realmente aconteceu no mundo do personagem, por que ele está isolado nessa cidade decadente, o que gerou tudo isso. Esse mistério é muito bem conduzido pelo autor, aliás, palmas para o autor. Lendo essa história despertei muito interesse em ler outras obras dele. Sabe narrar, sabe conduzir os acontecimentos, detalha todo o cenário, todas as características, e no penúltimo capítulo solta uma frase - mesmo que o próprio personagem não entenda o significado - que nos deixa mais curioso, querendo resolver o mistério.

No último capítulo tudo se esclarece - pelo menos para nós, coitado de Noah por não saber ler! - e admito que não era o que eu esperava. É compreensível, criativo e interessante a razão de tudo, mas não supriu minhas expectativas. Contudo, é uma história que merece ser reconhecida, pois é magnificamente contada do início ao fim.

OBS: O autor oferece vídeos com trilha sonora para a leitura. Não costumo ler ouvindo música, mas pra quem gosta vale a pena!


Resenhista: Rannggell



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