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"Acerto de Contas"


Já tem anos que eu não vejo mais o Sol. Não sei mais quando é dia ou quando é noite. Não sinto mais o vento fazer meus cabelos voar. E eu não aguento mais.

Meu carcereiro me prendeu aqui quando eu era criança. Por que? Para abusar de mim, para me espancar, para conseguir algum deleite na vida miserável que ele tinha antes de me encontar.

Mas eu cansei! Cansei de ser a porcaria de boneca que ele sempre sonhou em ter! Fecho meus olhos e me pego tentando forçar minha mente estúpida a lembrar de algo, mesmo que seja algo inútil. Um dia de sol no parque com meus pais, uma ida rápida à sorveteria, qualquer coisa. Uma lembrança de antes de tudo começar. É tudo em vão.

Bato minhas mãos contra a parede acinzentada que eu vejo todos os dias quando meus olhos se abrem. Grito.

Lá está ele, o meu pior pesadelo que atende pelo nome de Fernando. Um abusador sem limites, sem escrúpulos. Até o que sei pelo que o ouvi dizer, ele fugiu de manicômio judiciário atrás de uma moça chamada Lívia, que vem a ser sua prima, ele abusou dela também. Como sei? Ele fala sozinho de vez enquando.

Antes, eu tinha medo dele. Agora, sinto que tenho que enfrentar meu medo de frente. Chega de ser torturada e abusada por Fernando! E irei além dos meus limites para me libertar e talvez encontrar minha família, eu tinha 15 anos quando ele me prendeu aqui neste buraco que ele chama de casa, é longe de tudo. Hoje tenho 23 anos e estou no meu limite...

Ele vem se aproximando da minha cela. Não sei se sinto nojo, ou medo: ele é terrível quando quer. Todos os anos que passei aqui, todas as torturas que ele ousou usar em mim, tudo para seu próprio prazer, e para o meu sofrimento. A cada dia, penso em algo que possa me ajudar a sair daqui. Não suporto mais isso, não sei até quando vou aguentar.

O nojento se aproxima de mim com aquele sorriso debochado no rosto. Eu odeio quando ele me olha assim.

Quando eu fui raptada, eu ainda era um tanto quanto inocente e não via a maldade que reside nas pessoas. Eu não vi a maldade nele. A loucura em seus olhos me passou despercebida e até hoje eu pago o preço pela minha estupidez.

Fernando segura meu rosto com as pontas dos dedos quase que delicadamente. Desvio sua mão e tento socá-lo, mas as algemas não me permitiram.

- Não lute, querida. Sabe que eu adoro sua ousadia, mas amo ainda mais quando você fica quieta e me deixa brincar com você.

Seus dedos agora abrem os botões da minha calça. Balanço minhas pernas, tentando me soltar, mas o nó estava forte demais. Já fazia um bom tempo em que eu decidi não lutar mais e tentar levar minha mente para o mais longe de Fernando, mas hoje não! Hoje eu lutarei até o fim. Ele balança a cabeça com aquele sorriso debochado no rosto.

- Não, não... Não é assim que se faz, minha pequena.

Ele levanta sua mão e toca minha bochecha, com cuidado. Eu tento virar a cabeça, mas ele muda totalmente de postura e segura firme meu queixo.

- Não é assim que se faz!

Seu tom foi rude, meu corpo tremeu.

- Júlia querida, já devia saber que não pode lutar comigo. Aqui ninguém te ouve. E você é minha, só minha assim como ela foi um dia...

- Nunca serei sua! - Cuspo em seu rosto e ele me estapeia, logo já está me beijando contra minha vontade.

- Claro que é minha, sempre serei o seu primeiro e único. Daqui você não sai até que tenhamos uma linda família. Ah, sim, quero um filho e você já sabe disso.

A ideia me deixa aterrorizada, ao mesmo tempo penso que se dos meus 15 anos até os dias atuais, sendo abusada sem preservativo e não engravidei, há algo errado com ele ou comigo e sinceramente não sei se terei estômago para criar o filho de um monstro.

Fernando retira suas roupas e me toma contra minha vontade. O que posso eu fazer algemada?

A única coisa que meus olhos cheios de lágrimas conseguem ver é a mesma cena de sempre. Aquele olhar de satisfação de um monstro que consegue sentir prazer torturando à força uma mulher. Fecho os olhos na esperança de ter sido mais um pesadelo de muitos.

Mas o som de sua voz invadindo meus pensamentos impede-me de afundar em meu abismo diário.

- Eu lhe disse que você é minha. O quanto antes aceitar melhor para você. Juntos seremos uma linda família. - Diz, sorrindo debochado.

Essa doentia obsessão por ter uma família só pode ser uma mentira para continuar me usando diariamente. Porém, em mais uma inútil tentativa de entender seus planos comigo, decido entrar no jogo e antes que saísse deste lugar, digo:

- Se você quer tanto uma família comigo, porque me trata como uma prisioneira? Eu poderia ser sua de verdade se ao menos fosse tratada como sua mulher e não como uma boneca!

- O que? - Indaga, voltando seu olhar para mim.

- Eu já sou sua há tantos anos, porque não me deixa ser sua mulher de verdade para que possamos ter nossa tão sonhada família juntos? - Digo com uma voz doce, quem sabe eu consiga convencê-lo ou enganá-lo?

- Você estava lutando comigo e espera que eu acredite que quer ser minha? Garota ingênua! - Responde num tom debochado, balançando a cabeça e o dedo indicador em sincronia.

- Você aos menos tentou uma única vez confiar em mim? - Digo, encarando-o com inocência no olhar.

- Você ao menos tentou uma única vez não lutar comigo? Como posso acreditar? - Encara-me com certa curiosidade enquanto se aproxima.

Está decidido, tenho um plano, o único capaz de me tirar dessa prisão. Vou conquistá-lo... Se eu não for mais uma prisioneira talvez eu consiga sua confiança para enfim matá-lo da pior maneira possível.

- Fernando, você nunca se importou comigo.

- Mentira!

Forço meus olhos a lacrimejarem.

- Você sempre quiz de mim mais do que eu posso oferecer. Sempre em busca do seu próprio prazer... Não era para eu ter me apaixonado por você. - Sussurro.

Fernando me encara com descrença. Droga! Devia estar funcionando. Se esta merda de lugar não fosse tão afastado das pessoas seria possível escutar a risada macabra e completamente irônica de Fernando a quilômetros. Eu forcei as lágrimas falsas a escorrerem pelo meu rosto.

- Você não me engana, minha pequena. - Ele se afasta de mim, colocando suas mãos na cintura.

Eu respirei fundo e me levantei.

- Por que você acha que eu sempre tento me afastar de você? Porque eu me apaixonei por você e não me permito estar contigo só quando me quer à força. Eu quero que você me ame! Como eu te amo, não do seu jeito.

Nesse momento, ele me encarou como nunca tivesse encarado. Será que eu consegui?

- Do que você está falando?

- Cansei de tentar demonstrar através dos meus gritos e sofrimento, o quanto estou confusa com esses sentimentos. Deixe-me provar, solte-me dessas amarras. - Digo tentando parecer convincente.

- Boa tentativa menina, mas isso não vai acontecer. - Diz, com o sorriso sarcástico de sempre.

- Tudo bem, quem sabe um dia você entenda e acredite em mim. - Respondo, desviando o olhar.

- Tenho mais a fazer do que ficar aqui sendo enganado por uma garota tola. - diz e sai.

Pode parecer que não consegui, mas eu sinto que algo mudou. Por breves minutos consegui ver que ele quis acreditar e isso já é um bom começo para o meu plano. Confesso que quase vomitei pelo nojo pelo qual fui tomada ao ter que fingir algum sentimento por aquele monstro. Mas já se passaram anos tentando lutar contra de todas as formas possíveis e quanto mais eu luto, mais sinto-me presa nesse lugar.

Precisava de uma nova estratégia e essa veio a calhar com seus planos doentios de ter uma família comigo.

[...]

Antes que eu possa abrir os olhos já estou sentindo o cheiro provocante de comida. Nossa! Está delicioso...

Abro os olhos e deparo-me com a cena que eu jamais imaginei ser possível, um jantar preparado dentro do local onde estou presa.

Olho ao redor e não vejo o monstro do Fernando, mas surpreendo-me ao constatar que não estou presa, minhas mãos estão livres.

Faminta, levanto-me da cama e corro em direção à mesa com o jantar. Minha primeira refeição decente em anos, mal posso acreditar.

Está funcionando, ele quer acreditar, está me testando, jamais deixaria uma faca comigo. Preciso controlar minha vontade de atacá-lo quando vejo-o entrando.

- Está gostoso? - Pergunta, sério, avaliando-me.

- Sim, muito obrigado. Está delicioso. - Digo, forçando um sorriso.

- Você mereceu, espero que continue merecendo. - Vira-se e sai, deixando-me sozinha para terminar de comer.

Naquela noite, dormi pela primeira vez completamente satisfeita e, mais importante, livre das amarras.

[...]

Faz uma semana desde que pus meu plano em ação, desde a primeira refeição decente em anos e desde que estou sem as amarras.

Porém, desde então nunca mais o vi. Tudo continua estranhamente trancado e sem possibilidades de uma fuga. As refeições sempre chegam em momentos em que estou dormindo. E livros têm sido minha companhia, eles começaram a aparecer no segundo dia após nossa conversa.

Não sei o que Fernando está planejando, mas só em ter conseguido afastá-lo por esse tempo, estou aliviada. E eu admito, isso é mais que gratificante.

Meu falso amor tem me trazido tantas vantagens... Como não pensei nisso antes?

Hoje, quando acordei, havia um vestido ao lado da cama. Não era lá grandes coisas, mas caía bem em mim. É mais um teste daquele desgaçado. Visto-me sem demonstrar minha má vontade e mordendo o lábio para não resmungar.

- Vejo que gostou do meu presente.

Meu corpo enrijeceu. Eu não o ouvia ou via há mais tempo que eu imaginaria possível. Ele está completamente arrumado. Um terno impecável e cabelos penteados para trás. Ele não se arrumaria para passar a noite trancado comigo.

- Gostei. Tem bom gosto. - Forço um sorriso antes de me dirigir a ele.

- Então vamos. Tenho uma surpresa pra você.

Ele estendeu sua mão para mim. Engoli em seco. Eu não queria tocá-lo. Droga!

- Segure minha mão. - Ordena.

Meu corpo não queria me obedecer, mas eu me forcei. Fechei meus olhos ao sairmos dali. Eu odeio seu toque. Guia-me por uma escada, uma que eu não lembro de ter descido. Abro meus olhos quando percebi que havíamos chegado na parte de cima. Eu sentia cheiro de comida. Era um porão. Não me lembrava. Por todo esse tempo, eu estava abaixo do porão. Segurei meu choro, eu não podia acabar com tudo.

Assim que chegamos na parte de cima da casa, eu me assustei. Pessoas. Vozes. Conversas. A mão de Fernando apertava a minha. Eu estava surtando.

Recuei um passo e fiquei parada. Faz tantos anos que não vejo ninguém além de Fernando que agora já não sei direito como me portar. Minha apreensão deve ter transparecido, porque ele beijou minha testa, como se quisesse me confortar. Que nojo!

Sorri a contragosto e acompanhei seus passos até a sala. As vozes que ouvi antes eram da televisão, que ele desligou assim que pisamos no cômodo. Havia mais uma mesa posta na cozinha, mas bem mais elaborada que a última.

Corri os olhos por ela. Tinha uma faca enorme para cortar o frango assado. Afiada como está, com certeza serve para cortar coisas além de frango...

Por algum motivo, ele se virou para a pia. Essa é minha chance! Alcancei a faca num piscar de olhos e a pousei no seu pescoço.

- Você brincou comigo esses anos todos, desgraçado, agora eu quero brincar com você.

Com uma força que veio não sei de onde, peguei-o desprevenido, e a cada vez que tentava um passo a seu favor eu forçava a faca em seu pescoço de modo que sangue já escorria por uma leve linha cortada no local.

- Liga o gás agora Fernando e não tente nenhuma gracinha ou a brincadeira acaba cedo.

Fernando ligou o gás, e pude sentir sua apreensão. Ele não esperava por isso. Avistei os fios do abajur, e ordenei que ele os arrancanse e jogasse em minha direção.

- Agora você vai fazer o que doce Lívia?

- Já disse que não sou a Lívia. Me chamo Júlia - Disparo, com ódio dessa obsessão doentia.

- Chega de papo furado Fernando, senta naquela poltrona, agora! Mando e ele obedece, sem dar um pio.

Agora vamos começar à festa...

Amarro suas mãos em um nó perfeito de quando ainda tinha feito parte do grupo de escoteiros. Felizmente, não esqueci.

Amarro seus pés afastados de cada lado da poltrona. Uma perna de cada lado de modo que fique exposto à mim. Incrivelmente ele não tenta nenhuma gracinha e começo à estranhar. Preciso acabar com ele logo. Agora já está devidamente amarrado.

- Está confortável, seu desgraçado? - pergunto puxando seus cabelos, erguendo seu rosto desprezível.

- Seria mais gostoso se estivesse aqui comigo amorzinho. - Ele ri, e a única reação que tive foi de lhe dar uma facada em seu estômago.

A força foi tanta que o sangue do Fernando agora escorre pelos cantos de sua imunda boca. Fazer aquilo me deu uma extrema sensação de prazer, e tudo que eu mais quero era torturá-lo da pior maneira possível.

- Sua desgraçada! Acha que vai me matar? Você não é como eu, você não é uma assassina. - Murmura, com a cabeça baixa, ainda sangrando.

Meu ódio e raiva só aumentaram. Fui até a cozinha e liguei o fogão, peguei um garfo e coloquei no fogo, para que esquentasse. Em poucos minutos o talher estava extremamente quente, peguei o garfo com uma luva e coloquei sobre o rosto do miserável, queimando a sua pele, deixando exalar um cheiro de carne podre no ambiente.

- Argh! Eu juro quando eu sair daqui eu vou matar você sua vadia. - Grita, debatendo-se na poltrona.

E novamente peguei o garfo e dessa vez coloquei sobre seu pulso direito, do mesmo modo sua carne pobre queimou lindamente, e eu não conseguia esconder o meu sorriso e o meu contentamento em fazê-lo sofrer.

- Chega de queimaduras, não é amorzinho? Que tal usarmos um desses? - Dei uma breve pausa enquanto procurava algo nas gavetas do armário - Aqui, achei! Esse aqui é perfeito.

Levei a ferramenta até o Fernando.

- O que é isso, Lívia? O que vai fazer com um alicate? - Seu rosto agora expressa nada além de desespero.

- Já disse que me chamo Júlia. Vou apenas arrancar uns "parafusos", meu bem. - Rio diabolicamente, arrancando cada unha de seus dedos, fazendo-o gemer e gritar.

- Sua voz me incomoda muito. Acho que vou tirá-la. - Levei minha mão até sua boca e a abri, porém ele mordeu minha mão, fazendo-a sangrar. - Agora você vai saber do que sou capaz!

Enfio o alicate em sua boca, prendendo sua língua, e comecei a puxa-lá pra frente, porém sua cabeça estava vindo junto.

- Assim não dá, Fernando! - Resmungo, pegando uma outra tira de corda para amarrar sua cabeça para trás, na madeira do recosto da poltrona.

- Agora sim. Está bem melhor. - comecei a puxá-la de novo até comseguir arrancar aquela língua podre. - Aqui está sua língua, querido.

Fernando chora de dor, se contorce e sangra. A cena é brutal, mas me alivia o coração do ódio que eu sinto.

Resolvo mudar meu apetrecho de tortura. Fernando já estava exausto, mas eu queria que ele sofresse mais e mais. Voltei para a cozinha e vi algo atrás do botijão de gás, abaixo-me e pego-o. Era um martelo. - Perfeito! - Exclamo.

- Amor, olha o que eu encontrei, mas um brinquedinho para nos divertimos.

Enquanto Fernando balançava a cabeça em sinal de "não", me abaixei e com toda a força ergui o martelo e o acertei bem em seu joelho. Novamente fiz o mesmo movimento em seu outro joelho.

Sinto espasmos de adrenalina por todo o meu corpo, a sensação de pavor uniu-se a todos os sentimentos de nojo e desespero por ter sido violada e humilhada por todos esses anos. Ele tirou a minha vida e agora seja lá quem tem sido Lívia estarei me vingando por todas as "Lívias" que esse monstro já destruiu. Não me resta um traço de humanidade, tudo o que me restava foram arrancados de mim bruscamente. Agora vou mostrar pra ele o que é perder seu bem mais precioso, antes de morrer quero presenciar a sua reação diante da sua arma usada contra as mulheres ser arrancada dele.

- Ah! Meu amorzinho tem algo que eu preciso de recordação por todos os nossos melhores momentos juntos. - Digo com sarcasmo, rindo diabolicamente.

Começo a vasculhar e avisto o alicate novamente, mas não quero que seja tão fácil. Quero algo mais torturante, enquanto procuro, contemplo a expressão de derrota de Fernando. Decido voltar, quero ele apavorado e não derrotado.

- Amorzinho, eu vou te dar uma chance de escolha. Ser violado como eu fui ou ter sua ferramenta de violação arrancada de você. Assinta para o que você prefere. - Agora sim Fernando fica aterrorizado. Consegui o que eu queria.

- Ah! Agora eu tenho sua total atenção meu amor? - Debocho.

Fernando busca forças de onde não consigo imaginar em uma última tentativa para lutar contra mim, força seu corpo enquanto urros indescritíveis saem de sua boca. Ele tomba ainda amarrado e os urros aumentam ao ouvir meus passos se aproximando dele.

- Caiu? Que pena! Deixa eu te ajudar querido. - Tento levantá-lo, mas ao não conseguir decido somente virar pra cima seu corpo amarrado.

- Ai está o olhar que eu queria. Lembra-se do meu todas as vezes que entrava naquele lugar antes de tocar em mim? Eu estava apavorada. Você não tinha pena, nem ao menos um pingo de humanidade, o que esperava? Que eu me apaixonasse por um verme como você? A Lívia, a mulher que você me chama, era o que sua? Você a amava? Não! Você é incapaz disso! Quero que veja a Lívia em mim agora! Olhe bem pra mim! - grito forçando para que abra seus olhos que ele insistiu em fechar.

- Olha pra mim, sou Julia. Mas quero que veja a Lívia agora. Qual opção vai escolher? Se não cooperar escolhendo vou fazer as duas. - Rosno e seus olhos abrem apavorados.

- Muito bem. Agora que está me olhando, faça sinal com a cabeça para as minhas opções. Quer ter seu membro arrancado de você?

Sua cabeça balançava negando sem parar.

- Ah! Você prefere ser violado a ter seu membro arrancado? Interessante! - Rio.

Pego a faca e corto a calça sem ao menos me importar com os cortes que estavam fazendo em sua carne. Ele tenta se debater, mas não consegue muita coisa amarrado.

- Fique quieto. Não adianta lutar contra mim, amorzinho. Desista. Você é meu menino. Todo meu. - Debocho, lembrando-me com ódio de suas palavras quando tentava me acalmar. Afasto-me e pego uma faca com pontas de cerra para cortar carne, ao chegar perto o pavor toma conta de seu rosto e urros violentos forçando suas cordas vocais enchem o ambiente.

- Seus gritos? Ninguém vai ouvir meu amorzinho. Você é meu. Não adianta gritar. - Digo, com raiva.

Agora chegou a hora da vingança. Ele já perdeu muito sangue e logo vai morrer, não antes de sentir o seu troféu de masculinidade sendo cortado bem devagar e separado do seu corpo.

Pego seu membro em minha mão, o nojo toma conta do meu ser e a raiva me dá a coragem que preciso.

- Por todas as Lívia's e Julia's que você destruiu...

Ele começa a urrar de pânico, deposito a faca na base de seu membro e começo a cortar devagar. Os urros aumentam, seu corpo tem espamos terríveis e acho que ele morrerá antes do final do corte. Por isso, finalizo de uma vez só. Sangue jorra por tudo, ele fica pálido com lágrimas descendo dos seus olhos e seu corpo para de tremer.

Coloco o seu membro que agora é um pedaço de carne mole e morta cheia de sangue em minhas mãos dentro de sua boca.

- Acho que você precisa de uma língua no lugar da que eu arranquei. Ops! Acho que confundi as partes do seu corpo. - Digo, encarando-o bem de perto. Seus olhos estão lentamente perdendo o brilho.

Quando sua vida se esvai de seus olhos, viro as costas. Acabou.

O corpo de Fernando agora é uma carne sem vida que apodrecerá neste lugar maldito. Mas o que será de mim agora? Será que meus pais me reconheceriam depois de tantos anos? Será que eu vou os reconhecer?

Acho que não adianta mais voltar para casa depois de tantos anos. Talvez, vagar pelo mundo em busca de justiça, ou não ter mais porque lutar.

Avisto um penhasco um pouco à frente. A brisa que vem é tranquilizadora, dá paz e alívio. Estou pronta. Estou livre para voar.

Então, eu voei no meio daquela imensidão, e a única coisa que vi antes de fechar os olhos foi o Sol que eu tanto desejei agora era o que me dava paz para fechar os olhos, antes que meu corpo chegasse ao solo.


⚠ Créditos

Esse conto teve a colaboração de vários escritores do grupo.

Do Fernando de "Ondas de Emoções" da NatashaRangelNery

- LeneGracce - @Natasharangelnery - GabiZemp - GeGoAl

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